Países do mundo inteiro comemoram hoje, 02 de abril, o Dia Internacional do Livro Infantil, uma data criada em homenagem ao aniversário do escritor dinamarquês, Hans Christian Andersen, considerado o pai dos contos de fadas.
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Sendo que, a data foi instituída, em 1967, pela International Board on Books for Young People (IBBY), uma organização sem fins lucrativos que representa uma rede internacional de pessoas com o objetivo de inspirar o amor pela leitura nos mais jovens.
“Imaginar a nação através da história”
Todos os anos, para celebrar o Dia Internacional do Livro Infantil, a IBBY escolhe um tema e convida um renomado autor de um de seus países membros para escrever uma mensagem para as crianças do mundo inteiro.
Sem falar que, a mensagem será acompanhada por um cartaz, especialmente, criado para esta data, por um famoso ilustrador, também do país anfitrião.
Assim, com o tema “Imaginar a nação através da história”, o país convidado deste ano, à Irlanda, é representado pela premiada escritora de livros infantis, Siobhán Parkinson, e pela famosa ilustradora, Niamh Sharkey.
Uma carta às crianças do mundo
Sem falar que, a mensagem será acompanhada por um cartaz, especialmente, criado para esta data, por um famoso ilustrador, também do país anfitrião.
Assim, com o tema “Imaginar a nação através da história”, o país convidado deste ano, à Irlanda, é representado pela premiada escritora de livros infantis, Siobhán Parkinson, e pela famosa ilustradora, Niamh Sharkey.
Uma carta às crianças do mundo
Os leitores frequentemente perguntam aos escritores, como é que eles escrevem suas histórias – De onde surgem as ideias? Da minha imaginação, responderá o escritor. Ah, sim, dizem os leitores. Mas onde está a sua imaginação, e do que ela é feita, e todo mundo tem uma?
Bem, diz o escritor, está na minha cabeça, é claro, e ela é feita de imagens e palavras e memórias e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros, e formas e palavras e movimentos e palavras e ondas e arabescos e paisagens, e palavras e perfumes e sentimentos e cores e rimas e pequenos cliques e lufadas e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E tudo isto girando dentro da sua cabeça, cantando e caleidoscópicando e flutuando e sentando e pensando e coçando a cabeça.
É claro que todo mundo tem uma imaginação: caso contrário, não conseguiríamos sonhar. Embora a imaginação de todo mundo não tenha as mesmas coisas. Provavelmente dentro da imaginação dos cozinheiros existem na maioria sabores, e a imaginação dos artistas deve ser composta por muitas cores e formas. Já a imaginação dos escritores é cheia de palavras.
E para os leitores e ouvintes de histórias, a sua imaginação é também movida por palavras. A imaginação do escritor trabalha e gira e forma ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é feita de nada mais que palavras, batalhões de rabiscos que marcham através das páginas. Em seguida, vem um leitor e os rabiscos ganham vida. Eles permanecem na página, ainda parecem batalhões, mas eles também estão brincando com a imaginação do leitor, e o leitor está agora a moldar e a girar as palavras de modo que a história decorre agora dentro de sua cabeça, como já aconteceu na cabeça do escritor.
É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Existe apenas um escritor para cada história, mas existem centenas, ou milhares ou até mesmo milhões de leitores, não só na língua do escritor, mas também traduzido em muitas línguas. Sem o escritor a história nunca teria nascido, mas sem todos os milhares de leitores em todo o mundo, a história nunca teria vivido todas as vidas que podia viver.
Cada leitor de uma história tem algo em comum com todos os outros leitores dessa história. Separadamente, e de alguma forma também juntos, eles recriaram a história do escritor na sua própria imaginação: um ato que é ao mesmo tempo privado e público, individual e comunitário, íntimo e internacional. Pode muito bem ser o que os humanos fazem de melhor.
Continuem a ler!
- Siobhán Parkinson
Bem, diz o escritor, está na minha cabeça, é claro, e ela é feita de imagens e palavras e memórias e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros, e formas e palavras e movimentos e palavras e ondas e arabescos e paisagens, e palavras e perfumes e sentimentos e cores e rimas e pequenos cliques e lufadas e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E tudo isto girando dentro da sua cabeça, cantando e caleidoscópicando e flutuando e sentando e pensando e coçando a cabeça.
É claro que todo mundo tem uma imaginação: caso contrário, não conseguiríamos sonhar. Embora a imaginação de todo mundo não tenha as mesmas coisas. Provavelmente dentro da imaginação dos cozinheiros existem na maioria sabores, e a imaginação dos artistas deve ser composta por muitas cores e formas. Já a imaginação dos escritores é cheia de palavras.
E para os leitores e ouvintes de histórias, a sua imaginação é também movida por palavras. A imaginação do escritor trabalha e gira e forma ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é feita de nada mais que palavras, batalhões de rabiscos que marcham através das páginas. Em seguida, vem um leitor e os rabiscos ganham vida. Eles permanecem na página, ainda parecem batalhões, mas eles também estão brincando com a imaginação do leitor, e o leitor está agora a moldar e a girar as palavras de modo que a história decorre agora dentro de sua cabeça, como já aconteceu na cabeça do escritor.
É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Existe apenas um escritor para cada história, mas existem centenas, ou milhares ou até mesmo milhões de leitores, não só na língua do escritor, mas também traduzido em muitas línguas. Sem o escritor a história nunca teria nascido, mas sem todos os milhares de leitores em todo o mundo, a história nunca teria vivido todas as vidas que podia viver.
Cada leitor de uma história tem algo em comum com todos os outros leitores dessa história. Separadamente, e de alguma forma também juntos, eles recriaram a história do escritor na sua própria imaginação: um ato que é ao mesmo tempo privado e público, individual e comunitário, íntimo e internacional. Pode muito bem ser o que os humanos fazem de melhor.
Continuem a ler!
- Siobhán Parkinson
Feliz Dia Internacional do Livro Infantil, leitores! |
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