400 Anos sem Miguel de Cervantes

Há 400 anos morria um dos grandes nomes da literatura, o escritor, poeta e dramaturgo espanhol Miguel de Cervantes Saavedra, que hoje é lembrado em todo o mundo com inúmeras homenagens.

Dom Quixote de La Mancha e Sancho Panza /Foto:divulgação
Miguel de Cervantes é considerado o pai do romance moderno por sua obra-prima “Dom Quixote”, que revolucionou a literatura de sua época, e segue até hoje como um dos livros mais lidos, traduzidos e adaptados. Tendo sido eleito, em 2002, como a “melhor obra de ficção de todos os tempos”, por um júri de 100 autores de reconhecimento internacional.

Homenagens

Na Espanha tem a entrega anual do Prêmio Miguel de Cervantes, que coroa a trajetória literária dos escritores em língua espanhola. Além de outros eventos como exposições, teatro e dança, música, e conferencias nas quais prestigiados autores espanhóis discutem a vida e obra do autor.

Sendo que, o Ministério de Educação, Cultura e Esporte da Espanha também criou o site 400Cervantes, que exibe uma linha do tempo sobre a história e as viagens de Cervantes, fornece informações sobre a vida e obra do autor, e permite o acesso ao Cervantes Digital, onde se encontram os livros e documentos do escritor, que estão em várias instituições, como a Biblioteca Nacional da Espanha (BNE), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (Aecid) e a Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, entre outras.

Já no restante do mundo inúmeros eventos são realizados para celebrar a data, entre eles tem a 42ª edição da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, na Argentina, que comemora o dia com uma maratona de leitura dos textos do autor. Há ainda a 29ª edição da Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBO), que preparou uma programação especial para a ocasião. Enquanto que, no Brasil, o Instituto Cervantes realiza várias atividades gratuitas, como a Exposição Quijotes, que está em cartaz em Curitiba, e reúne diversas edições da obra-prima de Cervantes, “Dom Quixote”, além de incluir inúmeras ilustrações de artistas famosos, como Salvador Dalí.

Mas as homenagens não param por aí, pois elas também ganham as redes sociais, em especial o Twitter, onde o engenheiro espanhol, Diego Buendía, decidiu desenvolver um programa que publicava 28 tuítes por dia, na conta @QuijoteEn17000Tuits, até a madrugada do dia 22, contando toda a história de “Dom Quixote de La Mancha”, dividida em trechos de 140 caracteres.

Sobre o autor

Miguel de Cervantes / Foto:divulgação
A vida de Miguel de Cervantes Saavedra é cercada de mistérios e suposições, devido à falta de documentação da época, mas o pouco que se sabe sobre o autor já dá uma história e tanto, digna até mesmo de “Dom Quixote”.

Cervantes nasceu na pequena cidade espanhola Alcalá de Henares, que veio a ser considerada patrimônio histórico pela Unesco em 1998. Já a data de nascimento do autor é desconhecida, mas sabe-se que foi batizado em 09 de outubro de 1547, razão pela qual se supõe que tenha nascido um pouco antes, em 29 de setembro, quando é celebrada a festa do arcanjo São Miguel.

Sendo que, em 1569, ele fugiu para a Itália, segundo reza a lenda, depois de ter se envolvido em um duelo. Anos depois, em 7 de outubro de 1571, Cervantes participou da batalha naval de Lepanto contra o Império Otomano, na qual foi ferido no peito e na mão esquerda, deixando-a inutilizada, o que lhe rendeu o apelido de “El Manco de Lepanto”.

Durante seu regresso de Nápoles a Castela, em 1575, Miguel é capturado por corsários e mantido como prisioneiro em Argel, então parte do Império Otomano, até o pagamento do resgate. Cinco anos depois, em 1580, ele é libertado. Vivendo em Lisboa, Portugal, entre os anos de 1581 a 1583, onde escreveu “Para Festas Milão, Para Amores Lusitânia”. E, em 1584, finalmente retornou a Castela, na Espanha, casando-se com Catalina de Salazar em 1584, vivendo algum tempo em Esquivias, povoado de La Mancha, terra natal de sua esposa, e onde o dramaturgo passou a se dedicar ao teatro. No ano seguinte, em 1585, é lançada “A Galatea”, seu primeiro livro de ficção.

Encarcerado, em 1597, o autor começou a escrever o que seria conhecido como sua obra-prima “O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha”, uma parodia aos romances de cavalaria populares na época, que seria lançado em duas partes, em 1605 e 1615. Sendo considerado o primeiro “romance moderno”.

Miguel de Cervantes morreu aos 68 anos na cidade de Madrid, na Espanha, em 22 de abril de 1616, no entanto, conforme o costume da época, sua morte teria sido registrada em 23 de abril, dia em que o autor foi enterrado. 

Agora, quatrocentos anos depois, Cervantes tem seu nome gravado na história da literatura, sendo lembrado por leitores do mundo inteiro, que continuam fascinados pelas aventuras de seu famoso personagem “Dom Quixote” e seu fiel companheiro “Sancho Panza”.

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