Cem Anos de Liev Nikolaievich Tolstói

Há cem anos, em 20 de novembro de 1910, o mundo perdia um dos grandes nomes da literatura russa, Liev Nikolaievich Tolstói, morto aos 82 anos de pneumonia na estação ferroviária de Astapovo.


Conhecido como um dos escritores mais famosos da Rússia e um dos mais lidos do mundo, Tolstoi teve sua vida marcada pela contradição, que era representada por ele em seus livros. A escrita parecia ser uma forma de o autor expressar seus ideais pacifistas, anarquistas e de cristão libertário.

Suas obras mais famosas são “Guerra e Paz”, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e “Anna Karenina”, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da literatura.


A narrativa é considerada uma das maiores qualidade de sua obra, além da profunda e meticulosa atenção ao detalhe e o cuidado dado às personagens secundárias. Em apenas um único parágrafo, o escritor era capaz de caracterizar um personagem tornando-o quase humano, criando assim um cenário para o qual o leitor é aos poucos transportado.

Da excitação da jovem Natacha Bezúkov a vestir-se para o primeiro baile à loucura de Rastoptchin cometendo assassinatos com um machado até Anna Karenina, atirando-se sobre a linha de comboio, o escritor constrói personagens que revelam a complexidade psicológica do ser humano.

A História de Tolstói

Leo Tolstoy pintado por Nikolai Ge (1884)
Na Rússia do século XIX, mas precisamente, na cidade de Yasnaya Polyana, em 09 de setembro de 1828 nascia Liev Nikolaievich Tolstói, cujo nome também pode ser pronunciado como Léon Tolstói, Leo Tolstoi ou Leo Tolstoy.

Filho de uma família da nobreza russa, Tolstói ficou órfão de mãe aos dois anos e sete anos depois perdeu o pai. Em 1844 ingressou na Universidade de Kazan, que abandonou três anos depois se mudando para Moscovo.

O sentimento de vazio existencial que o atormentava na juventude, levou-o, em 1851, a alistar-se no exército da Rússia, combatendo na Guerra da Criméia, experiência que marcou profundamente sua vida e obra, e que também colaborou para que, mais tarde, se tornasse um pacifista.

No final da década de 50, de volta à sua terra natal, o autor preocupado com a precariedade da educação no meio rural criou uma escola, para filhos de camponeses, e, ao contrário da pedagogia da época, deixava os alunos livres, sem excessivas regras e punições.

No ano de 1862, viveu um casamento conturbado com Sônia Andreievna Bers, com quem teve 13 filhos. Porém embora estivesse cercado por sua família e fosse bem-sucedido como escritor, Tolstói viva atormentado por questões insolúveis sobre o sentido da vida e da religião, que o levaram mais tarde a se converter ao cristianismo e adotar uma vida de simplicidade. 

Nessa época o autor publicou a obra “Ressurreição”, na qual expõe a sua própria concepção da religião, sendo, em 1901, excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa, passando também a ser considerado como uma ameaça ao governo, tendo muitos dos seus livros proibidos.

Tolstói jamais conseguiu esclarecer as inúmeras contrariedades de sua alma, mas talvez seja por essa razão que tenha sido capaz de escrever com tamanha sensibilidade e intensidade. E hoje, um século depois da sua morte, sua obra continua a ser lida no mundo inteiro, exercendo o fascínio sobre os leitores e influenciando novos escritores.

Saiba mais sobre a vida do escritor nos sites Net Saber e Jornal Público.

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