Mais um capítulo que se fecha nessa história sem fim, na qual digo adeus a 2024, um ano marcado por desventuras em série, fortes emoções e tristes acontecimentos, que abalaram as minhas estruturas. Mas a esperança é a última que morre, portanto ao soar da meia noite assistindo aos fogos de artifício iluminando o céu concentro minhas energias e desejos no ano novo. 


Como sempre dou inicio ao ano cheia de planos, com inúmeras listas, objetivos e metas para 2025, no entanto desta vez com expectativas mais realistas. Seguindo a tradição que comecei em 2022 vou dividir aqui com vocês algumas das minhas resoluções de ano novo envolvendo as minhas leituras e os meus projetos para o blog. Mas antes, vamos dar uma olhada nas páginas de 2024 e ver o tamanho do estrago.

Pegue uma bebida e acomode-se. Vamos começar! ☕️

No Capítulo anterior...

Apesar das boas energias e grandes esperanças, 2024 conseguiu ser pior do que 2023, no qual acabei mais uma vez enfrentando uma torrente de problemas pessoais, familiares e técnicos, que bagunçaram a minha vida e a minha saúde. Além de afetarem significativamente as minhas leituras e os meus planos para o blog, me levando a flopar em todas as inúmeras metas e resoluções que estabeleci no início do ano a começar pela principal delas; “Não ser tão dura comigo, levar as coisas com calma e não me sentir culpada por não conseguir ler ou postar o bastante”.

Quanto as outras metas, além de ter adicionado quatro novas séries a minha lista, só consegui concluir 02 das 44 que estou lendo atualmente, li apenas 06 dos 12 clássicos que leio todos os anos, e não li nem metade dos mais de 200 livros que tenho na minha estante e no meu kindle. Na verdade, li apenas 21 livros e 06 mangás da minha estante física e 15 eBooks da minha estante virtual. Sendo que adicionei 17 eBooks e 05 livros físicos as minhas estantes, a maioria deles sequências de séries que estou lendo no momento. Assim, encerro o ano com 294 livros na minha TBR, 165 físicos e 129 eBooks.

Também não me saí muito bem nas maratonas, tendo falhado no Buzzword Reading Challenge e no Read What You Own Challenge, assim como em muitas outras ao longo do ano. Porém consegui concluir a Beat The Backlist, pois para participar basta apenas ler livros da backlist (fundo de catálogo), que foram publicados antes de 2024, e já que estou evitando comprar lançamentos, li apenas backlists este ano. Também estou em dia com o r/Fantasy Bingo Challenge, faltando apenas 10 livros para completá-lo, em março de 2025.

Apesar de tudo isso, e de não ter conseguido concluir a minha meta de 100 livros no Goodreads, este até que não foi um ano tão ruim em termos de leitura. Pois dentre os 75 livros que li estavam alguns mangás incríveis, como Fullmetal Alchemist de Hiromu Arakawa, cuja coleção completei este ano, City Hunter de Tsukasa Hojo, que pretendo finalizar em 2025, e os primeiros volumes de O Único Destino dos Vilões é a Morte de SUOL e Gwon Gyeoeul e Kusuriya no Hitorigoto - Diários de uma Apotecária de Itsuki Nanao.
Já entre os meus livros preferidos deste ano estão os primeiros volumes de quatro séries que pretendo dar continuidade; Cordialmente Cruel de Maureen Johnson, A Garota no Gelo de Robert Bryndza, A Ilha do Guardião da Tempestade de Catherine Doyle, e  Luz dos Jedi de Charles Soule. Além de duas fantasias com um toque de romance; As Quatro Rainhas Mortas de Astrid Scholte e  Enraizados de Naomi Novik, assim como uma fascinante coletânea do mestre da ficção científica; Eu, Robô de Isaac Asimov, e o clássico do mistério, O Cão dos Baskerville de Sir Arthur Conan Doyle. Sendo que em 2024 finalizei a leitura de todas as aventuras de um dos meus detetives preferidos, Sherlock Holmes. Também passei a ouvir mais audiobooks, e até assinei o Audible US, o Audiobooks.com e o Everand por um período de teste.

Com relação ao blog, apesar do meu notebook ter parado de funcionar no primeiro dia do ano e eu só ter conseguido comprar um novo em março, e depois ter ficado sem internet durante meses, consegui recuperar o tempo perdido e postar 50 matérias em 2024, tendo faltado apenas duas para concluir a minha meta. Curiosamente, uma das minhas matérias mais populares foram sobre o Projeto Zero TBR e o r/Fantasy. Mais uma vez, as redes sociais acabaram não sendo uma prioridade para mim, embora tenha me inscrito no Bluesky quando o X-Twitter foi proibido no país, e não tenha deixado de divulgar os posts, ou passado horas assistindo vídeos no Youtube. 

Um Novo Capítulo

Ano Novo! Vida Nova! Hora de abrir um novo capítulo, mas mantendo o mesmo desejo, paz e saúde! Depois de refletir cheguei a conclusão de que o primeiro passo para atingir esse objetivo é diminuir um pouco o ritmo, e aceitar as minhas limitações. O que não será uma tarefa fácil, por esta razão decidi criar algumas metas para me ajudar.


Assim, em 2025 vou estabelecer a minha meta de leitura para 60 livros no Goodreads e no The StoryGraph. Além disso também pretendo dar andamento a algumas séries lendo pelo menos o segundo volume, não irei comprar muito livros e eBooks, a não ser que sejam sequências de séries e mangás que estou lendo, e continuarei focando nos livros e mangás que tenho na minha estante e no meu Kindle, seguindo adiante com o “Projeto Zero TBR”.

Não pretendo deixar de participar das minhas maratonas de leitura preferidas, como a nona edição do Beat The Backlist idealizado por Austine Decker, a quinta edição do Buzzword Reading Challenge criado pela Kayla do canal Books and Lala no youtube, e o Read What You Own Challenge do canal CriminOlly. Também pretendo participar pela primeira vez do Read Your Bookshelf do canal Chantel Reads All Day e do Desafio Literário das Palavras-Chaves do canal Geek Freak, e talvez também participe de algumas maratonas mensais, com a Middle Grade March, a March Mystery Madness, a May The Force Read With You, a Shorty September, e a Picture This!

Respire, Reflita, Realize...

As minhas resoluções com relação ao blog e as redes sociais continuam as mesmas, a de organizar um calendário de conteúdo que me possibilite criar posts interessantes e de qualidade sobre temas que eu amo no meu tempo, e que facilite a divulgação nas redes sociais.

Para isso vou contar com a ferramenta de programar posts, assim não vou atrasar ou deixar de postar algo porque a internet não funcionou no dia. Como nas redes sociais, apenas o Facebook, o Instagram, o Pinterest, o Tumblr e o Linkedin possuem a ferramenta, estou pensando em usar a plataforma Buffer para programar posts no X-Twitter e no Bluesky. Também irei estabelecer a meta de 50 posts a serem publicados em 2025, e tentarei postar mais resenhas esse ano, com a ajuda do meu experimento de escrita, que pretendo dar continuidade.

Mas me conta, o que vocês acharam das minhas resoluções? Vocês têm alguma resolução para o ano novo? Vão participar de algum desafio de leitura interessante? Desejo-lhes uma boa sorte e muito sucesso!

Feliz Ano Novo e Boas Leituras! 🍴
Aqui estão algumas das principais novidades de dezembro, que é, geralmente, um mês mais devagar para o mercado editorial brasileiro, assim foram poucos os lançamentos que consegui reunir nesta lista, mas são todos bem interessantes. 


Entre eles seis famosos mangás, uma fantasia épica no universo Cosmere, a nova versão de um clássico conto de fadas, a sequência de uma saga space opera, e a conclusão de uma duologia de fantasia gótica. Lembrando que todos esses livros estão disponíveis em versão física e digital na Amazon.

Sem mais demora, vamos a lista.

Em dezembro, a editora Trama lançou a fantasia épica do autor best-seller Brandon Sanderson. “Warbreaker: O Sopro dos Deuses”, publicado originalmente em junho de 2009, conta com 708 páginas, nas quais combina uma construção de mundo profunda, personagens complexos e temas de divindade, sacrifício e rebelião. Sendo que, o livro também está inserido no universo mais amplo de Sanderson, o Cosmere, que inclui séries como “Os relatos da Guerra Das Tempestades” e “Mistborn”.

Esta é a história de duas irmãs e princesas de Idris. A princesa caçula, Siri, desfruta de certa liberdade, uma vez que não foi criada para atender às demandas da realeza. Vivenna, porém, é educada e treinada para se casar com o Rei-Deus de Hallandren e salvar seu povo.

Quando a possibilidade de uma guerra com Hallandren se aproxima, Dedelin, o Rei de Idris, não tem outra escolha a não ser enviar a filha para poupar seu povo, pelo menos por enquanto. Mas o tratado não diz qual filha ele deve mandar.

Em um mundo onde os que morrem em glória retornam como deuses para viver como exemplo, cercados por luxo e regras, uma magia chamada Respiração BioCromática é a base de um poder centrado em cores e pode manipular tudo ao redor. Aqui, não só as princesas podem ser a chave da guerra ou da paz, mas também os poderosos reis e deuses, os que desejam poder e os que querem se livrar dele, os bons e os maus e, principalmente, o misterioso Vasher, o Warbreaker.

Já a editora Universo dos Livros lançou o mais novo volume da série “Twisted Tales” , que apresenta a versão sombria de alguns dos maiores sucessos da Disney. “Enrolados às Avessas” (What Once Was Mine) de Liz Braswell, publicado originalmente em setembro de 2021, conta com tradução de Gabriela Peres Gomes e 400 páginas, nas quais é narrada uma nova versão da história da Rapunzel, uma na qual sua mãe bebe uma poção da flor errada.

Desesperados para salvar a vida da rainha e da princesa ainda não nascida, os leais súditos vasculham o reino à procura da Flor Mágica Dourada, cujos poderes podem curar as duas… mas, por engano, acabam por colher a flor errada. Depois de ser curada pela Flor Mágica Prateada, a rainha dá à luz uma garotinha saudável com cabelos cinzentos e prateados como a lua. Mas o perigo se esconde por trás de suas misteriosas madeixas: elas lhe dão o poder de ferir, não de curar. E, para garantir a segurança do reino, Rapunzel é trancada no alto de uma torre e colocada sob os cuidados da poderosa Mamãe Gothel.

Por dezoito anos, Rapunzel permanece trancada em sua torre, sabendo que deve proteger todos da magia de seu cabelo. Quando finalmente decide deixar o único lar que conheceu, interessada em ver as luzes flutuantes que sempre aparecem no dia do seu aniversário, ela se vê enrolada em uma aventura inesperada com dois ladrões: uma aspirante a fora da lei chamada Gina e o fugitivo Flynn Rider. Antes de viver feliz para sempre, Rapunzel percebe que ainda há muito a descobrir a respeito da sua história, da magia de seu cabelo e do seu futuro.

Outra aguardada sequência lançada esse mês pela editora Aleph foi o segundo volume da trilogia “Hyperion” do autor best-seller Dan Simmons. “A Queda de Hyperion” (The Fall of Hyperion), publicado originalmente em março de 1990, conta com tradução de Leonardo Alves e 688 páginas, nas quais acompanhamos a continuação impressionante da aventura épica que nos leva de volta a um futuro distante resplandecente com drama e invenção.

Conectado por uma rede de milhares de portais, o governo interplanetário da Hegemonia do Homem se vê ameaçado por uma conspiração sem precedentes. Quando naves alienígenas tomam os céus de Hyperion e uma criatura imbatível se ergue para amedrontar a população no solo do planeta, medidas hão de ser tomadas.

Se o controle não for restabelecido, o progresso secular de uma civilização com dezenas de bilhões de indivíduos estará em risco.

Esse destino está nas mãos de um grupo de peregrinos enviado às Tumbas Temporais após longa viagem. Um a um, deverão sacrificar-se ao Picanço em uma batalha da qual só haverá um sobrevivente. A redenção pessoal não é uma alternativa.

Uma saga espacial única, conceitos instigantes, questionamentos à conduta durante guerras e a convivência entre inteligências artificiais e humanos combinam-se nesta continuação de proporções épicas, escrita com a qualidade literária premiada de Dan Simmons.

Continuando com as séries, a editora Alt lançou a conclusão da duologia “O Rei Pastor da autora do best-seller “Uma Janela Sombria”, Rachel Gillig. “Duas Coroas Retorcidas” (Two Twisted Crowns), publicado originalmente em outubro de 2023, conta com tradução de Sofia Soter e 368 páginas, nas quais Elspeth e Ravyn embarcam em uma perigosa busca para salvar o reino.

Durante quase toda a sua vida, Elspeth conviveu com um monstro em sua cabeça: o Pesadelo. Um espírito antigo e poderoso que a protege e mantém seu segredo a salvo. Mas nada de graça vem.

O Pesadelo, por fim, tomou a cabeça de Elspeth ― e não se sabe mais o que é menina e o que é monstro. No entanto, somente ele pode ajudar a salvar o reino de Blunder, já que é o único que sabe onde está escondida a Carta dos Amieiros Gêmeos, a última que falta para completarem o baralho que controla a magia do lugar. A carta que eles precisavam para quebrar a maldição da bruma e salvar quem amam.

Para reunir as doze Cartas da Providência, Elspeth e Ravyn vão encarar uma jornada sombria e perigosa que pode exigir tudo deles, até mesmo suas vidas. E o Pesadelo talvez não consiga mais ser contido.

Já quanto aos mangás, a editora JBC lançou o primeiro volume da edição especial de “Sailor Moom Eternal” de Naoko Takeuchi, a décima segunda edição em formato wideban de “Inu-Yasha” de Rumiko Takahashi, e o volume seis da edição de colecionador de “Neo Genesis Evangelion de Yoshiyuki Sadamoto. Enquanto que a editora Panini lançou este mês o volume treze de “Frieren e a Jornada para o Além” de Kanehito Yamada e Tsukasa Abe, o volume dez de “Kusuriya No Hitorigoto - Diários de uma Apotecária” de Itsuki Nanao, e o volume trinta e dois de “Komi não consegue se comunicar” de Tomohito Oda.
Assim, esses são os lançamentos do mês que mais me chamaram a atenção. Mas e você, quais desses lançamentos está mais ansioso para ler? Me conta nos comentários.
Os vencedores deste ano de um dos mais prestigiados e controversos prêmios sci-fi, o Prêmio Hugo, foram anunciados, no dia 11 de agosto, durante a 82ª Convenção Mundial de Ficção Científica em Glasgow, Escócia. 


Criado em 1953 pela World Science Fiction Society (WSFS) como uma homenagem a Hugo Gernsback, o fundador da pioneira revista de ficção científica Amazing Stories, o Prêmio Hugo é entregue anualmente para os melhores trabalhos e realizações de fantasia ou ficção científica do ano anterior. Ano passado, quando o prêmio foi sediado na China, várias obras foram desqualificadas por motivos políticos. Este ano, 377 votos foram desqualificados quando se descobriu que faziam parte de uma campanha fraudulenta para favorecer um dos finalistas.

Sendo que o grande vencedor em 2024, na categoria melhor romance, foi “Some Desperate Glory” primeiro romance de Emily Tesh. Uma ópera espacial queer sobre os destroços da guerra, a família que você encontra e quem você deve se tornar quando todas as escolhas são tiradas de você.


Durante toda a sua vida, Kyr treinou para o dia em que poderá vingar o assassinato do planeta Terra. Criada nas entranhas da Estação Gaia ao lado do que sobrou da humanidade, ela se prepara para enfrentar a Sabedoria, a arma toda-poderosa e transformadora da realidade que deu aos Majoda sua vitória sobre a humanidade.

Kyr é uma das melhores guerreiras de sua geração, a espada de um planeta morto. Mas quando o Comando designa seu irmão para a morte certa e a relega ao berçário para gerar filhos até que ela morra tentando, Kyr sabe que deve tomar a vingança da humanidade em suas próprias mãos.

Ao lado do amigo brilhante, mas sedicioso e de um alienígena solitário e cativo, ela escapa de tudo que já conheceu para um universo muito mais complicado do que lhe foi ensinado e muito mais maravilhoso do que ela poderia ter imaginado.

Já nas demais categorias “Imperial Radch” de Ann Leckie venceu como melhor Série, “Thornhedge” de T. Kingfisher, também vencedor do Locus 2024, como melhor Novella e Naomi Kritzer ganhou nas categorias melhor Conto com “Better Living Through Algorithms” e melhor Novelette com “The Year Whithout Sunshine”.

Confira a lista completa de finalistas e vencedores do Prêmio Hugo em seu site oficial.
A Locus Science Fiction Foundation anunciou, em 22 de junho de 2024, durante o evento Locus Awards Weekend em Oakland, Califórnia, os vencedores da 53ª edição do Prêmio Locus. 


Concedido anualmente, desde de 1971, o Prêmio Locus tinha originalmente como foco a ficção científica, mas a partir de 1978 passou a abranger a categoria fantasia, e hoje o prêmio presta homenagens aos melhores dos melhores em diversas categorias, como terror, ficção especulativa, literatura jovem adulta, contos de ficção, coleções, antologias, e muito mais.

Sendo que o grande vencedor deste ano na categoria de melhor Ficção Científica foi “System Collapse” de Martha Wells, o sétimo volume da série “The Murderbot Diaries”, que começou a ser lançada este ano no país pela editora Aleph, com o livro “Alerta Vermelho” também vencedor do Locus de 2018 na categoria de melhor Novella.

A corporação Barish-Estranza enviou naves de resgate para um planeta recém-colonizado em perigo, bem como SecUnits adicionais. Mas se existe uma corporação ética por aí, o Murderbot ainda não a encontrou, e se Barish-Estranza não pode ficar com o planeta, eles com certeza não partirão sem alguma coisa. Se esse algo for uma colônia inteira de humanos, bem, uma força de trabalho livre é um prêmio decente para o segundo colocado.

No entanto, há algo errado com o Murderbot, ele parece não estar funcionando dentro dos parâmetros operacionais normais. A tripulação da ART e os humanos da Preservação estão fazendo tudo o que podem para proteger os colonos, portanto Murderbot precisa descobrir o que há de errado com ele, e rápido.

Surpreendentemente, Martha Wells também venceu na categoria de melhor Fantasia com o livro “Witch King”, primeiro volume da série “The Rising World”, na qual um demônio é acordado por um mago inferior de um sono profundo em seu confinamento em uma elaborada armadilha de água. Agora, em busca de respostas ele precisará reunir seus aliados e usar toda a sua magia para desespero de seus inimigos.


Já na categoria de melhor Horror o vencedor foi “A House with Good Bones”, uma assombroso história gótica que explora as raízes sombrias e retorcidas que se escondem logo abaixo do verniz de um lar e família perfeitos, escrita pela premiada autora T. Kingfisher, que também levou o prêmio de melhor Novella com “Thornhedge”. Uma história de apenas 116 páginas sobre uma heroína em forma de sapo, um cavaleiro gentil e uma missão que deu completamente errado.

Quanto aos demais vencedores, “Promises Stronger Than Darkness” de Charlie Jane Anders levou o prêmio na categoria de melhor livro Jovem Adulto, enquanto que “The Saint of Bright Doors” de Vajra Chandrasekera foi premiado como melhor Livro de Estréia do ano. Já “The Rainbow Bank” de Uchechukwu Nwaka venceu na categoria de melhor Novelette, “How to Raise a Kraken in Your Bathtub” de P. Djèlí Clark na categoria de melhor História Curta, “Out There Screaming” de Jordan Peele & John Joseph Adams na categoria de melhor Antologia, e “Gata Branca, Cão Preto (White Cat, Black Dog) de Kelly Link na categoria de melhor Coleção.

No país foram publicados inúmeros livros, contos e antologias vencedores de diversas categorias do Prêmio Locus. Entre eles os clássicos da ficção científica Os Próprios Deuses de Isaac Asimov, Encontro com Rama de Arthur C. Clarke, Os Despossuídos de Ursula K. Le Guin, Guerra Sem Fim de Joe Haldeman, O Orador dos Mortos de Orson Scott Card, O Livro do Juízo Final de Connie Willis, Hyperion de Dan Simmons, e Foundation's Edge de Isaac Asimov. Assim como Boneshaker de Cherie Priest, Redshirts de John Scalzi e O Fim da Morte de Cixin Liu.

Já na categoria fantasia temos os livros Tehanu: O Nome da Estrela de Ursula K. Le Guin, Santuário dos Ventos de Lisa Tuttle e George R. R. Martin, O Silmarillion de J. R. R. Tolkien,  As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban de J. K. Rowling, Enraizados de Naomi Novik, Todos os pássaros no Céu de Charlie Jane Anders, Babel de R. F. Kuang, O Céu de Pedra e Nós somos a Cidade de  N. K. Jemisin. Assim como A Guerra dos Tronos, A Fúria dos Reis, A Tormenta de Espadas e A Dança dos Dragões de George R. R. Martin. Sem falar em Deuses Americanos, O Oceano no fim do Caminho e Os Filhos de Anansi de Neil Gaiman.

Confira a lista completa de finalistas e vencedores do Prêmio Locus em seu site oficial.
A escritora britânica Samantha Harvey foi agraciada com um dos mais prestigiados prêmios da literatura internacional, o Booker Prize, pelo seu romance “Orbital”. 

Foto: © Divulgação / Booker Prize

Criado em 1968, o Man Booker Prize é concedido anualmente à melhor obra de romance ou ficção escrita em língua inglesa por autores vivos que sejam cidadãos de um país membro da Comunidade Britânica ou da República da Irlanda. No entanto, em 2015, as regras do Booker Prize foram ampliadas para permitir a entrada de escritores de qualquer nacionalidade desde que seus livros fossem escritos em inglês e publicados no Reino Unido e na Irlanda. Sendo que em 2019, o Man Booker Prize passou a se chamar apenas Booker Prize. Ao ganhador é assegurado grande reconhecimento internacional, além da quantia de 50 mil libras esterlinas (208 mil reais).

“Mais de meio século de sabedoria e criatividade coletadas das mentes mais brilhantes da ficção contemporânea produziram uma história absorvente de nossos tempos.”

Orbital

Sucesso de críticas e vendas, “Orbital”, publicado originalmente em 12 de novembro de 2024 e previsto para ser lançado no Brasil em 2025 pela editora DBA Literatura, conta com apenas 136 páginas, sendo o segundo livro mais curto a ganhar o prêmio e aquele que cobre o menor período de tempo de todos os livros da lista, ocorrendo em apenas 24 horas. Além de ter sido o primeiro romance ambientado no espaço a vencer o Booker Prize.

Foto: © Divulgação / Booker Prize

Seis astronautas e cosmonautas – da América, Rússia, Itália, Reino Unido e Japão – se revezam na Estação Espacial Internacional. Eles estão lá para fazer um trabalho vital, mas lentamente começam a se perguntar: o que é a vida sem a Terra? O que é a Terra sem a humanidade?

Juntos, enquanto viajam a velocidades de mais de 27.000 km/h, eles observam seu silencioso planeta azul, circulando-o 16 vezes em um único dia, passando por continentes e percorrendo as estações do ano, observando geleiras e desertos, os picos das montanhas e as ondas dos oceanos.

Vislumbramos momentos de suas vidas terrenas por meio de breves comunicações com a família, suas fotos e talismãs; observamos enquanto eles preparam refeições desidratadas, flutuam em um sono livre da gravidade e se exercitam em rotinas rígidas para evitar atrofia muscular; testemunhamos a formação de laços que os separam da solidão absoluta.

No entanto, embora separados do mundo, eles não conseguem escapar de sua atração constante. Notícias da morte de uma mãe chegam até eles, e com elas vêm pensamentos de retornar para casa. Eles observam um tufão se formando sobre uma ilha e pessoas que eles amam, em admiração por sua magnificência e com medo de sua destruição.

A fragilidade da vida humana preenche suas conversas, seus medos, seus sonhos. Tão longe da Terra, eles nunca se sentiram mais parte – ou protetores – dela.

Segundo o júri “Samantha Harvey escreveu um romance impulsionado pela beleza de dezesseis amanheceres e dezesseis entardeceres. Todos e ninguém são o assunto, enquanto seis astronautas na Estação Espacial Internacional circulam a Terra observando as passagens do clima através da fragilidade de fronteiras e fusos horários. Com sua linguagem de lirismo e acuidade, Harvey torna nosso mundo estranho e novo para nós”.

Sobre a autora e sua obra

Nascida em Kent na Inglaterra em 1975, filha de um construtor, Samantha Harvey estudou filosofia na Universidade de York e na Universidade de Sheffield. Escritora e escultora, nos anos 2000, ela trabalhou no Museu Herschel de Astronomia em Bath, o local de onde o planeta Urano foi descoberto. Atualmente, ela é tutora no curso de MA em Escrita Criativa na Universidade Bath Spa, onde se formou em 2005, e autora de cinco romances.

Entre eles, o indicado para o Booker Prize, “The Wilderness” (2009), que mostra o ponto de vista de um homem com a doença de Alzheimer, além de “All Is Song” (2012), que é sobre dever moral e filial, e sobre a escolha entre questionar e se conformar, “Dear Thief”, que é uma longa carta de uma mulher para sua amiga ausente, detalhando as consequências emocionais de um triângulo amoroso, e “The Western Wind”, que é sobre um padre em Somerset no século XV.

Sendo que em 2020, Harvey publicou seu primeiro livro de não ficção, “The Shapeless Unease: A Year of Not Sleeping”, sobre sua experiência pessoal de insônia crônica. A autora foi também indicada a diversos prêmios como o James Tait Black Award, o Women's Prize, o Guardian First Book Award, o Walter Scott Prize, entre outros. Seus contos apareceram na Granta Magazine, The Guardian, The New York Times, The New Yorker, The Telegraph e na revista TIME.

Tendo sua escrita comparada à de Virginia Woolf, Samantha Harvey é conhecida pela enorme variedade de cenários em suas obras, em especial, “Orbital”, que nos convida a observar o esplendor da Terra, enquanto reflete sobre o valor individual e coletivo de cada vida humana. “Orbital” foi anunciado como vencedor do Booker Prize 2024 pelo presidente dos jurados, Edmund de Waal, em uma cerimônia realizada em novembro no Old Billingsgate, em Londres, onde Harvey recebeu £ 50.000 e um troféu, que foi entregue a ela por Paul Lynch, vencedor do Prêmio Booker 2023.

A autora, em entrevista ao Booker Prize, disse que pensou em escrever uma pastoral espacial, um tipo de escrita sobre a natureza e a beleza do espaço. “Eu queria escrever sobre nossa ocupação humana da órbita baixa da Terra durante o último quarto de século – não como ficção científica, mas como realismo. Eu poderia evocar a beleza daquele ponto de vista com o cuidado de um escritor da natureza? Eu poderia escrever sobre espanto? Eu poderia fazer uma espécie de pastoral espacial? Esses foram os desafios que eu me propus”, acrescenta Harvey.

Saiba mais no site oficial do Booker Prize.
Chegou o momento de conhecermos os melhores filmes do ano, que conquistaram seu lugar na maior e mais importante premiação do cinema internacional, o Oscar. 


Comemorando sua 96ª edição, a premiação deste ano, apresentada mais uma vez pelo comediante Jimmy Kimmel, contou com diversos filmes baseados em livros concorrendo a inúmeras categorias do Oscar, em especial, a categoria de Melhor Roteiro Adaptado, criada para os longas-metragens baseados tanto em livros, quanto em peças de teatro, musicais, histórias em quadrinhos, e até mesmo em parques temáticos, como o filme “Piratas do Caribe”.

Os Indicados

Os roteiros adaptados partem de histórias que tem uma maior aceitação em outras mídias, embora não sejam sempre baseadas em um livro. Como é o caso de “Barbie” que, embora não seja inspirado em uma obra literária, também concorreu à categoria de Melhor Roteiro Adaptado, pois segundo as regras do Oscar, filmes sobre personagens pré-existentes são classificados como roteiros adaptados, e Barbie e Ken eram bonecos da Mattel muito antes de ganharem às telas.

Com direção de Greta Gerwing que também é responsável pelo roteiro junto com seu parceiro Noah Baumbach, “Barbie” recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Ryan Gosling), Melhor Atriz Coadjuvante (America Ferrera), Melhor Design de Produção, Melhor Figurino e Melhor Canção Original. Tendo levado para casa a estatueta de Melhor Canção Original com a música “What Was I Made For?" de Billie Eilish, sendo que a música "I'm Just Ken” escrita e produzida por Mark Ronson e Andrew Wyatt também concorreu a categoria com direito a uma performance memorável feita por Ryan Gosling.


Dirigido e com roteiro adaptado pelo cineasta Jonathan Glazer também concorreu a categoria o longa “A Zona de Interesse” baseado no livro homônimo inspirado em fatos reais sobre Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial escrito por Martin Amis. Tendo também concorrido as categorias de Melhor Filme e Melhor Direção, o longa levou para casa as estatuetas de Melhor Filme Internacional (Reino Unido) e Melhor Som.


Com onze indicações incluindo a de Melhor Filme e Melhor Direção, “Pobres Criaturas” foi um dos favoritos da premiação, tendo levado para casa quatro estatuetas, nas categorias de Melhor Design de Produção (Shona Heath), Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Figurino (Holly Waddington) e Melhor Atriz (Emma Stone). Inspirado no livro homônimo do autor escocês Alasdair Gray, o filme dirigido pelo cineasta  grego Yorgos Lanthimos, produzido por Emma Stone, e que tem seu roteiro adaptado por Tony McNamara, é uma sátira do clássico da literatura “Frankenstein” de Mary Shelley.


E o Oscar foi para...

Com direção estreante e roteiro de Cord Jefferson, o longa-metragem conquistou o Oscar deste ano na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Com cinco indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme e Melhor Ator (Jeffrey Wright), “Ficção Americana” é baseado no romance “Erasure” do escritor Percival Everett, que narra a história de  Thelonious “Monk” Ellison, um escritor brilhante cujos livros não estão sendo aceitos pelas editoras, pois ele se recusa a retratar pessoas de cor de forma estereotipada em seu trabalho.


Já o grande vencedor da noite foi “Oppenheimer”, que concorreu a treze Oscars e levou para casa sete estatuetas, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Montagem (Jennifer Lame), Melhor  Fotografia (Hoyte van Hoytema) e Melhor Trilha Sonora (Ludwig Göransson). Com direção e roteiro adaptado por Christopher Nolan, o longa é inspirado na biografia vencedora do Pulitzer “Oppenheimer: O Triunfo e a Tragédia do Prometeu Americano”  escrita por Kai Bird e Martin J. Sherwin.


Mais Adaptações

Desde grandes clássicos da literatura a famosas histórias em quadrinhos, várias outras adaptações também concorreram ao Oscar deste ano, como o longa dirigido pelo cineasta Martin Scorsese e aclamado no Cannes, “Assassinos da Lua das Flores”, inspirado no livro homônimo de não ficção do autor e jornalista David Grann, o longa teve dez indicações ao Oscar incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para a estreante Lily Gladstone.

Dirigido pelo espanhol Juan Antonio Bayona, a adaptação da Netflix, “Sociedade da Neve”, inspirada no livro-reportagem escrito por Pablo Vierci, também concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme Internacional (Espanha) e Melhor Maquiagem e Cabelo. Com direção de Blitz Bazawule, a nova adaptação de “A Cor Púrpura”, uma releitura do clássico homônimo de Alice Walker também concorreu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Danielle Brooks). Assim como o filme “NYAD”, baseado na biografia “Find a Way”  de Diana Nyad e com direção de Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, que concorreu nas categorias de Melhor Atriz (Annette Bening) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jodie Foster).

Já na categoria de Melhor Animação concorreram o longa “Nimona” dirigido por Nick Bruno e Troy Quane, e baseado no quadrinho escrito por N.D. Stevenson, ao lado de outra adorada graphic novel “Meu Amigo Robô” de Sara Varon, que foi dirigido pelo cineasta espanhol Pablo Berger. Falando em quadrinhos, a mais nova adaptação dos heróis da Marvel dirigida por James Gunn, “Guardiões da Galáxia Vol. 3” também recebeu uma indicação na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Assim, em meio a discursos emocionados, homenagens comoventes, incríveis performances musicais e belíssimas apresentações, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas comemorou em grande estilo a sua 96ª edição.

Confira a lista completa dos indicados e vencedores do Oscar 2024 no seu site oficial.
O romance “Kairos” da autora alemã Jenny Erpenbeck, traduzido para o inglês por Michael Hofmann foi agraciado com o prestigiado International Booker Prize, em uma cerimônia realizada na Tate Modern em Londres no dia 21 de maio. 

Jenny Erpenbeck and Michael Hofmann | © David Parry/Booker Prize Foundation

Os prêmios Booker tem como objetivo premiar os melhores da ficção numa base global, quer a obra tenha sido originalmente escrita em inglês (Booker Prize) ou traduzido para o inglês (International Booker Prize). Criado em 2005 como o International Man Booker Prize, o prêmio era entregue bienalmente a um conjunto de obras. No entanto, em 2015, as regras do Booker Prize foram ampliadas para permitir a entrada de escritores de qualquer nacionalidade desde que seus livros fossem escritos em inglês e publicados no Reino Unido. Assim, aderindo as mudanças o International Booker Prize passou a ser entregue anualmente a uma única obra de ficção, escrita em outro idioma, traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido ou Irlanda, prestando homenagens tanto a autores como tradutores, que dividem igualmente o prêmio de 50 mil libras esterlinas.

“Eles abrem as barreiras da mente e criam uma comunidade mundial de leitores. Nós não nos damos conta de como é excepcional ler um livro traduzido, da maneira como caímos em outro mundo, em uma realidade paralela... O poder do tradutor é nos convencer a entrar nesse mundo da imaginação”, disse Eleanor Watchel, presidente do júri durante a cerimônia.

Kairos

O primeiro livro traduzido do alemão a ganhar o International Booker Prize é uma história íntima e devastadora da trajetória de dois amantes através das ruínas de um relacionamento, tendo como pano de fundo um período turbulento da história europeia. Sendo que a tradução de Michael Hofmann é destacada pelo juri por captar “a eloquência e as excentricidades da escrita de Erpenbeck, o ritmo das suas frases contínuas, a extensão do seu vocabulário emocional”.


Em Berlim Oriental, em 1986, um homem e uma mulher se encontram por acaso em um ônibus. Ela é uma jovem estudante de 19 anos, ele é mais velho, 50 anos, e casado. A atração deles é intensa e repentina, alimentada por uma paixão compartilhada pela música e pela arte, e intensificada pelo sigilo que devem manter.

Mas quando ela se perde por uma única noite, ele não consegue perdoá-la e uma fissura perigosa se forma entre eles, abrindo espaço para a crueldade, a punição e o exercício do poder. E o mundo à sua volta também está a mudar: à medida que a Alemanha Oriental começa a desmoronar, o mesmo acontece com todas as velhas certezas e velhas lealdades, inaugurando uma nova era cujos grandes ganhos também envolvem perdas profundas.

Segundo o juri “o que torna Kairos tão incomum é que ele é ao mesmo tempo bonito e desconfortável, pessoal e político. Erpenbeck convida você a fazer a conexão entre esses desenvolvimentos políticos que definiram uma geração e um caso de amor devastador e até brutal, questionando a natureza do destino e da agência”.

A autora

Nascida em 12 de março de 1967, na Berlim Oriental, a diretora de ópera, dramaturga e premiada romancista, Jenny Erpenbeck, vem de uma família ligada aos livros, pois seu pai, John Erpenbeck é escritor físico e filósofo, e sua mãe, Doris Kilias é uma tradutora àrabe. Já seus avós eram ambos atores.

Em Berlim, Erpenbeck completou um aprendizado de dois anos como encadernadora, depois trabalhou como gerente de adereços teatrais antes de estudar direção de teatro musical e desfrutar de uma carreira de sucesso como diretora de ópera no final dos anos 1990. Mesma época em que deu inicio a sua carreira como escritora publicando sua novela de estreia “Geschichte vom alten Kind” (The Old Child) em 1999.

Além de “Kairos” várias outras obras da autora foram traduzidas para mais de trinta idiomas fazendo dela mais conhecida no exterior do que em sua terra natal. Entre suas obras estão “The Book of Words” (2008), “Visitation” (2010), “The End of Days” (2014), “Not a Novel: Collected Writings and Reflections” (2020), “Go, Went, Gone” (2017). Sendo que, em 2019, o romance “Visitation” foi eleito um dos cem melhores livros do século 21 pelo The Guardian, o livro “The End of Days” foi vencedor do Independent Foreign Fiction Prize, e o “Go, Went, Gone” foi indicado para International Booker Prize 2018.

Sobre “Kairos”, em entrevista ao Booker Prize, a autora diz que é “uma história privada de um grande amor e da sua decadência, mas é também uma história da dissolução de todo um sistema político. Simplificando: como algo que parece certo no começo pode se transformar em algo errado?”, ressaltando que se “você observar os detalhes do que é falado e onde há silêncio, você também será capaz de acompanhar as correntes invisíveis, a mudança de poder entre gerações, as técnicas de manipulação e abuso”.

O tradutor

Nascido em 25 de agosto de 1957 em Freiburg, na Alemanha, o poeta, revisor e tradutor, Michael Hofmann também veio de uma família com tradição literária, com seu pai Gert Hofmann sendo um escritor e seu avô materno tendo editado a “Brockhaus Enzyklopädie”.

Descrito pelo The Guardian como “indiscutivelmente o tradutor de alemão para inglês mais influente do mundo”, Hofmann traduziu o trabalho de vários autores renomados como Franz Kafka, Joseph Roth e Hans Fallada. Além de ter recebido diversos prêmios literários, incluindo o Independent Foreign Fiction Prize em 1995 pela tradução do romance de seu pai, “The Film Explainer”.

Tendo se formado em Língua Inglesa e Clássicos, Hofmann lecionou em diversas universidades, mas desde de 1990 leciona na Universidade da Florida, em Gainesville, onde ministra oficinas de poesia e tradução. Sendo que, em 2018, ele foi convidado a fazer parte do juri do International Booker Prize, e em 2023, foi eleito Fellow da Royal Society of Literature.

Sobre “Kairos”, em entrevista ao Booker Prize, o tradutor diz que a “diferença de idade não é o ponto. O ponto é o personagem. Mesmo que Katharina pudesse ter conhecido uma versão de Hans quando ele era 20 anos mais novo, ele seria o mesmo personagem. O caráter é o que importa – se alguém está manipulando ou escondendo grande parte de sua vida. Um homem mais velho olha para uma jovem com certo prazer? Isto é normal. Você admira a beleza. Você fica feliz em olhar para algum jovem, homem ou mulher, não importa. Não é um crime. Só se você usar sua experiência para manipular alguém, como Hans faz com Katharina.”

Saiba mais sobre o prêmio no site oficial do International Booker Prize.
Considerado um dos prêmios de maior prestígio em sua área nos Estados Unidos, o Pulitzer é concedido, há mais de cem anos, a pessoas que realizaram trabalhos de excelência nas áreas de Jornalismo, Literatura, Drama e Música. 

Foto: Divulgação 

Em sua 108ª edição, o prêmio criado pela Universidade de Columbia de Nova York prestou homenagens a jornalistas e autores de todo país por meio de 23 categorias, incluindo a de Melhor Livro de Ficção, na qual “Night Watch” de Jayne Anne Phillips foi o vencedor, agraciado com uma medalha de ouro e um prêmio no valor de 15 mil dólares.

A cerimonia, no entanto, ocorreu em um cenário um pouco tenso, devido a uma declaração feita pelo Conselho do Pulitzer, na qual elogiam os estudantes jornalistas que cobriram os protestos nas universidades contra a guerra em Gaza, reconhecendo que eles se colocavam frequentemente “enfrentando um grande risco pessoal e acadêmico”.

Night Watch

Também indicado ao National Book Award e eleito um dos melhores livros do ano pelo New Yorker, o aclamado romance é descrito pelo júri do prêmio como “épico, fascinante e meticulosamente elaborado, Night Watch é uma crônica impressionante da sobrevivência à guerra e suas consequências”.

Em 1874, no rescaldo da guerra, o apagamento, o trauma e o anonimato assombram civis e veteranos, renegados e andarilhos, libertos e fugitivos. ConaLee, de 12 anos, a adulta de sua família desde que se lembra, se vê em uma viagem de carroça com sua mãe, Eliza, que não fala há mais de um ano. Elas chegam ao Asilo para Lunáticos Trans-Allegheny, na Virgínia Ocidental, entregues na entrada do hospital por um veterano de guerra que se forçou a entrar em seu mundo. Lá, longe da família, de um vizinho querido e da casa na montanha que conheciam, eles tentam recuperar suas vidas.

Os caprichos onipresentes da guerra e da raça vêm à tona à medida que aprendemos sua história: sua fuga para as cadeias montanhosas mais altas do oeste da Virgínia; o desaparecimento do pai de ConaLee, que partiu para a guerra e nunca mais voltou. Enquanto isso, no asilo, eles começam a encontrar um novo caminho. ConaLee finge ser empregada doméstica de sua mãe; Eliza responde lentamente ao tratamento. Eles são envolvidos na vida das instalações - o homem misterioso que eles chamam de Ronda Noturna; a criança órfã chamada Weed; a temível mulher que dirige a cozinha; o notável médico à frente da instituição.

Nascida em 19 de julho de 1952 na pequena cidade de Buckhannon, West Virginia, Jayne Anne Phillips se formou na West Virginia University, obtendo seu bacharelado em 1974, e mais tarde recebendo um mestrado em ficção pelo Iowa Writers' Workshop da University of Iowa. Em seguida ocupou cargos de ensino em diversas faculdades e universidades, incluindo a Universidade de Harvard , a Universidade de Boston e a Rutgers University, onde foi fundadora/diretora do Programa de Mestrado em Belas Artes em Escrita Criativa .

Em 1976, Phillips publicou sua primeira coleção de contos “Sweethearts”, pela qual ganhou o Prêmio Pushcart e o Prêmio Fels do Conselho Coordenador de Revistas Literárias. Sendo que, em 1984, publicou seu primeiro romance, “Machine Dreams”, considerado pelo New York Times como “uma notável estreia novelística e uma conquista literária duradoura”, foi finalista do National Book Critics Circle Award, e eleito um dos doze melhores livros do ano pelo  New York Times, além de ter entrado para lista de mais vendidos.

Vencedora de inúmeras bolsas de arte e escrita, a romancista e contista, Jayne Anne Phillips é autora de doze romances e contos, entre eles “Black Tickets”, “Fast Lanes”, “Shelter”, “MotherKind”, “Lark and Termite”, e “Quiet Dell”. Seu trabalho foi traduzido para mais de doze idiomas e ganhou diversos prêmios literários, como a Arts and Letters Award e o Sue Kaufman Prize, além de ter sido finalista do National Book Award e duas vezes finalista do National Book Critics Circle Award. Atualmente, ela mora em Nova York e Boston.

Nas demais categorias literárias...

Além da categoria de Melhor Livro de Ficção, o Pulitzer destina mais cinco categorias a área de Literatura, sendo elas Melhor Livro de Não-Ficção, Melhor Biografia, Melhor Memória ou Autobiografia, Melhor Livro de História e Melhor Livro de Poesia.

Entre os premiados deste ano na categoria de Não-Ficção está a obra “Um Dia na Vida de Abed Salama” (A Day in the Life of Abed Salama: Anatomy of a Jerusalem Tragedy) do autor, ensaísta e jornalista americano que mora em Jerusalém, Nathan Thrall. Eleito o Melhor Livro do Ano pela The New Yorker, The Economist, Time, The New Republic e Financial Times, o livro é descrito pelo júri do prêmio como “imersiva e emocionante, uma história íntima de um acidente mortal fora de Jerusalém que desvenda um emaranhado de vidas, amores, inimizades e histórias ao longo de um dia revelador e comovente”, oferecendo aos leitores “um retrato indelevelmente humano da luta por Israel/Palestina e uma nova compreensão da trágica história e realidade de um dos lugares mais disputados do planeta”.

Já na categoria História, o vencedor foi o livro “No Right to an Honest Living: The Struggles of Boston’s Black Workers in the Civil War Era” da professora americana de História, vencedora do Prêmio Bancroft e duas vezes finalista do Prêmio Pulitzer, Jacqueline Jones. O livro é descrito pelo júri como sendo “um retrato angustiante dos trabalhadores negros e da hipocrisia branca na Boston do século XIX”, que mostra “como a injustiça no local de trabalho impediu Boston – e os Estados Unidos – de garantir a verdadeira igualdade para todos”.

Já o prêmio de melhor Biografia deste ano foi concedido a dois autores. Sendo um deles o ex-redator sênior do The Wall Street Journal e  autor best-seller do New York Times, Jonathan Eig, que ganhou com a obra “King: Uma Vida”, a primeira grande biografia em décadas “vividamente escrita e exaustivamente pesquisada” do ícone dos direitos civis Martin Luther King Jr., e a primeira a incluir arquivos do FBI recentemente desclassificados.

Segundo o júri do prêmio “King mistura novas pesquisas reveladoras com narrativa acessível para oferecer um Martin Luther King Jr. para os nossos tempos: um pensador profundo, um estrategista brilhante e um radical comprometido que liderou um dos maiores movimentos da história e cujas demandas por justiça racial e econômica permanecem tão urgentes hoje como eram em sua vida”.

O segundo vencedor da categoria é a autora coreano-americano Ilyon Woo com a obra  “Master Slave Husband Wife: An Epic Journey from Slavery to Freedom”, considerada pelo Pulizter como “uma rica narrativa dos Crafts, um casal que escapou da Geórgia em 1848, com Ellen de pele clara disfarçada de cavalheiro branco deficiente e William  como seu criado, explorando suposições sobre raça, classe e deficiência para se esconderem em público em sua jornada para o Norte, onde se tornaram abolicionistas famosos enquanto escapavam dos caçadores de recompensas”.

Enquanto que o prêmio de melhor livro de Memória ou Autobiografia foi para a obra “O Invencível Verão de Liliana” (Liliana’s Invincible Summer: A Sister’s Search for Justice) da aclamada acadêmica e premiada autora e poetisa mexicana Cristina Rivera Garza

Descrito pelo Pulitzer como “um relato inovador da irmã de 20 anos da autora, assassinada por um ex-namorado, que mistura memórias, jornalismo investigativo feminista e biografia poética costurados com uma determinação nascida da perda”. O livro, escrito “numa prosa luminosa e poética” por Garza reune “cartas manuscritas, relatórios policiais, cadernos escolares, entrevistas com entes queridos de Liliana para documentar a vida de sua irmã. Através deste livro de memórias notável e que desafia o gênero, ela confronta o trauma de perder sua irmã e examina como essa tragédia continua a moldar quem ela é – e por que ela luta – hoje”.

Na categoria Poesia o vencedor foi “Tripas: Poems”  do professor e premiado poeta Brandon Som. Uma coletânea de poemas que segundo o prêmio “se envolve profundamente com as complexidades da dupla herança mexicana e chinesa do poeta, destacando a dignidade da vida profissional da sua família, criando comunidade em vez de conflito”.

O Pulitzer prestou ainda uma citação especial ao falecido escritor, jornalista e crítico Greg Tate, “cuja linguagem – inspirada na literatura, na academia, na cultura popular e no hip-hop – foi tão influente quanto o conteúdo de suas ideias. A sua estética, inovações e originalidade intelectual, particularmente na sua crítica pioneira do hip-hop, continuam a influenciar as gerações subsequentes, especialmente escritores e críticos de cor”.

Confira os demais vencedores no site oficial do Prêmio Pulitzer.