Dia das Bruxas

Meia noite, dia das bruxas, véspera do dia de todos os santos, momento em que o sobrenatural reina na terra dos vivos, assim reza a lenda.

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Durante séculos, o sobrenatural exerce certo fascínio na mente humana, como é possível observar tanto na própria História, como no cinema, na TV e, especialmente, na literatura. Assim, nada mais apropriado nessa noite de halloween do que falar sobre um dos seres mais temidos, que celebram essa noite, a bruxa.

Conhecidas, tradicionalmente, por lançar maldições, voar em vassouras e ver o futuro em uma bola de cristal, algumas bruxas podem ser terrivelmente feias, outras perigosamente belas, às vezes más, às vezes boas, mas todas, sem dúvida, poderosas. Na história foram conduzidas à fogueira, já na literatura se consagraram como algumas das mais fascinantes personagens de diversas obras.

Há começar pelos contos de fadas, escritos pelos irmãos Grimm e por Hans Christian Andersen, que parecem ter se tornado um fenômeno no meio literário desde o lançamento das séries de TV “Once Upon a Time” e “Grimm”, além de inúmeras adaptações para o cinema. Sendo que, foram nos contos de fadas que a imagem da bruxa má se estabeleceu com mais força na literatura.

Quem não se lembra da madrasta da Branca de Neve com suas poções e venenos, ou da traiçoeira Úrsula, a bruxa do mar que roubou a voz da Pequena Sereia. Sem falar na ardilosa bruxa que atraiu João e Maria para sua casa de doces, ou da perversa Malévola, que lançou um feitiço na Bela Adormecida. Porém essas são apenas algumas das bruxas ou feiticeiras que ao longo dos séculos vem aterrorizando nas páginas dos livros.

As bruxas na literatura

Na verdade, foi na literatura clássica, que precede o período insano da caça às bruxas entre os séculos XVI a XVIII, que as bruxas fizeram sua primeira aparição nos textos literários, estando entre elas à feiticeira Circe do clássico “A Odisséia” de Homero. E falando em clássicos, não se pode deixar de mencionar o trio de bruxas que previu o futuro de “Macbeth” (1611) de William Shakespeare.

Já na literatura medieval, mais precisamente nos romances de cavalaria, há uma das mais famosas e misteriosas bruxas, Morgana Le Fay, também conhecida na Grã-Bretanha como “Morgana das Fadas”, que teve sua origem na lenda do “Rei Arthur e a Távora Redonda”, sendo que ela é também uma das personagens da saga “As Brumas de Avalon”, publicada em 1979, pela escritora americana Marion Zimmer Bradley.

Não podemos esquecer a Bruxa Má do Oeste do clássico “O Mágico de Oz” (1900) de L. Frank Baum, ou a Feiticeira Branca da saga “As Crônicas de Nárnia” (1950) de C. S. Lewis, assim como o trio de bruxas do romance “Stardust” (1999) de Neil Gaiman e as “Bruxas MayFair” (1990) de Anne Rice, ou ainda Melisandre, a mulher vermelha da famosa série “As Crônicas de Gelo e Fogo” (1996) de George R. R. Martin.

No Brasil, também temos nossa própria bruxa, a Cuca, uma velha em forma de jacaré que adora roubar crianças desobedientes. Famosa na literatura brasileira, ela é ainda um dos personagens de Monteiro Lobato na obra “Sítio do Pica-pau Amarelo” (1920). Na literatura clássica nacional, tem ainda a bruxa Paula de “O Cortiço” (1890) de Aluísio Azevedo, enquanto que na literatura contemporânea temos alguns exemplos de bruxas na saga “Dragões de Éter” (2011) do autor Raphael Draccon.
Foi a época em que caíram fadas. Em que nasceram bruxas. Em que destronaram Reis. Dragões geraram-se do éter e príncipes se tornaram sapos. Uma época em que semideuses andaram na terra dos homens e abençoaram pessoalmente os heróis de muitos contos. E então as bruxas desafiaram as fadas. E os homens desafiaram as bruxas.” - Raphael Draccon (Caçadores de Bruxas)

A bruxa boa

Ao longo dos séculos, diversos livros sobre o tema foram escritos, alguns nos quais as bruxas são mostradas por uma nova e encantadora perspectiva, que se distancia da imagem da bruxa má mostrada nos contos de fadas e na literatura clássica. Um bom exemplo disso é a famosa saga “Harry Potter”, publicada em 1997, pela escritora britânica J. K. Rowling, que se tornou um fenômeno de vendas, e apresentou ao mundo uma das bruxas mais queridas da literatura contemporânea, Hermione Granger.


Outros exemplos de bruxas boas podem ser encontrados na série “Círculo Secreto”, publicado em 1992, por L. J. Smith, criadora da série “Diários do Vampiro”, que também possui sua bruxa boa, Bonnie. Há ainda a trilogia “Winter” (2012) de Ruth Warburton, e a saga “Trilogia das Almas” (2011) de Deborah Harkness. Assim como o clássico romance “As Bruxas de Eastwick” (1984) de John Updike e a série “Bruxos e Bruxas” (2012) do autor best-seller James Patterson.

São inúmeras as bruxas que reinam nas páginas dos livros, mas há também muitos bruxos, feiticeiros e magos poderosos, sendo um dos mais famosos o feiticeiro Merlin, que teve sua origem, ao lado de Morgana, na lenda do Rei Arthur. Não podemos esquecer, é claro, de Gandalf, o Cinzento, o sábio mago de “O Hobbit” (1937) de J. R. R. Tolkien, ou do famoso bruxinho Harry Potter de J. K. Rowling, entre muitos outros.

O Halloween ou Dia das Bruxas é um evento cultural tradicional, que ocorre principalmente nos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, onde a data é comemorada com festas a fantasia e crianças vestidas de bruxas, vampiros, monstros, fantasmas, e outros seres sobrenaturais, indo de porta em porta, dizendo “doces ou travessuras”.

Conheça a origem do Dia das Bruxas no site BBC Brasil ou confira o post Halloween com Vampiros.

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