Inspirado na obra dos autores americanos Antonio Mendez e Matt Baglio, e no artigo de Joshuah Berman, o filme mostra como a CIA e Hollywood realizaram o mais estranho resgate da história.
Dirigido e estrelado por Ben Affleck, o longa-metragem vencedor do Globo de Ouro de Melhor Direção e Melhor Filme recebeu sete indicações ao Oscar de 2013, vencendo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Adaptado.
A trama
Em 1979, o governo dos Estados Unidos
decide oferecer abrigo ao Xá Reza Pahlevi, deposto pelo aiatolá Khomeine,
despertando uma onda de ira e paranoia entre a população iraniana. Com a recusa do governo americano em
entregar o Xá, em retaliação, um grupo de militantes iranianos invade a
embaixada dos Estados Unidos em Teerã fazendo mais de 66 reféns.
Em meio ao caos, seis funcionários
conseguem escapar da embaixada encontrando refúgio na residência do embaixador
canadense, Ken Taylor (Victor Garber). No entanto, os diplomatas corriam o
risco de serem descobertos a qualquer momento.
Assim, para extraí-los do país, o
agente da CIA, Antonio Mendez (Ben Affleck) planeja uma das mais audaciosas
operações de resgate na história da CIA, digna de uma história de Hollywood,
que consisti na criação de um filme falso de ficção cientifica chamado “Argo”.
O plano é disfarçar os fugitivos de
integrantes da equipe técnica do filme, que está em visita ao país em busca de
locações. Para isso, além dos recursos da CIA, Tony Mendez conta com a ajuda do
produtor de Hollywood Lester Siegel (Alan Arkin) e do especialista em maquiagem
John Chambers (John Goodman).
Produzido por George Clooney, Ben Affleck e Grant Heslov, o filme teve seu roteiro escrito por Chris Terrio, que se baseou tanto no livro “Argo” de Antonio Mendez, como no artigo “How the CIA Used a Fake Sci-Fi Flick to Rescue American from Tehran” escrito por Joshuah Berman e publicado na revista Wired, em 2007.
Luz, câmera, ação...
Para isso, além de movimentos de câmera, cenários e um excelente figurino, o longa também fez uso de imagens dos arquivos das redes de notícias ABC, CBS e NBC, para mostrar a situação real do Irã naquela época.
Sem falar na trilha sonora, composta por músicas famosas dos anos 70, como “Little T&A” dos Rolling Stones, “Dance the Night Away” de Van Halen e “When the Levee Breaks” de Led Zeppelin. A Warner Bros. também usou seu logotipo antigo, “Big W”, criado por Saul Bass para a Warner Communications, mostrado na abertura do filme e na famosa torre d'água do estúdio.
Livro x Filme
Embora inspirado na obra, publicada em 2012, o longa-metragem apresenta algumas diferenças em seu enredo, especialmente, na forma como a história é contada.
No livro é explicado de forma detalhada a situação no Irã, antes e depois da tomada da embaixada, além de mostrar um pouco mais sobre a história da CIA. Enquanto que o filme, apenas menciona os fatos, se aprofundando mais no desenrolar da missão, que é, realmente, considerada a parte mais emocionante da história.
Além disso, a cena final, no aeroporto, que consiste no clímax do filme, também não é muito fiel a obra, sendo que o próprio Ben Affleck admitiu ter “exagerado” um pouco para adicionar mais suspense à trama. Outro fato interessante é o drama familiar vivido por Mendez na trama, que além de um pouco superficial, não tem nada a ver com a história do personagem no livro.
Resumindo, com um enredo bem elaborado, repleto de tensão e com uma pitada de humor, “Argo” pode não ser exatamente fiel a obra, mas ainda assim tem tudo para agradar aqueles que curtem um bom filme de época com uma boa dose de suspense, ao estilo de “Todos os Homens do Presidente”.
Assista ao trailer (legendado):
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